Imagem: Purple Summer, de Sally Rosenbaum
Hoje João declamou para mim. Dizia seu poema, que algumas flores cumprem a sua função: florir. Eu era uma dessas. Lembrei-me então de uma brincadeirinha que fiz - já que admito não saber escrever poesia - há algum tempo. Dois pequenos poemas, rasos, simples, pobres, e que republico aqui. O primeiro, eu o ilustrei, certa vez, com uma árvore plantada na estrada que dava acesso à Pirenópolis e o segundo, justifica-se pela comparação.
Brincando de árvore
Hoje,
Plantada em solidão
Brinquei de árvore
Tipo estrada poeirenta
Sem nenhuma nota apreciável
Nunca vi sombra tão pequena
Embora alguma vez
Servisse ao caminhante
Que por ali passava
Em busca de verdade
Por carência de ninho
Certamente
Um sonho-pássaro
De canto alegre
Morou por uma tarde
Nos meus galhos
Arvorezinha de brinquedo
Agasalha saudade
Ternura
Esperança
E grita aos que se vão:
Não pareço
Mas sou árvore
E dou sombra.
Sou flor
Para viver a Primavera
Ainda plantada em solidão
Tornei-me frágil vegetal
Brinquei então de flor
Em meio a borboletas
Fui flor-botão
Flor-perfume, flor-beleza
de coloridos matizes
Estive no buquê
Que celebrava a Vida
Estive na coroa
Que reverenciava a Morte
Adornei juras escondidas
Consolei lágrimas de saudade
Frágil, feneci sozinha
Num solitário de vidro
Sobre a mesa de um jornal.
Amo-te Flor!
ResponderExcluirÉu também te amo Docinho!
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