Maria é mulher, fala de vida, de experiência, de sentimentos, de sexo, de lições e apreendizado, um universo identificado por qualquer mulher (e até mesmo homem). Ela sou eu, a outra, todas elas, qualquer mulher, uma mulher qualquer. É a mãe, a dona de casa, a profissional, a prostituta, a religiosa, a vencedora, a fracassada, a lutadora, a cansada, a jovem, a velha, a sábia, a louca. Não é Maria por acaso.
segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011
O pecado e doce prazer da gula
Imagem de Botero
15 dias sem colocar doce na boca... Uma vitória para esta formiguinha. A história é antiga, já foi publicada aqui, mas a função é me lembrar que a dieta continua.
Santo Deus! Não me deixe cair em tentação. Dietas são sempre complicadas. Traz à tona a Síndrome da Mulher Mal-Amada. E a saudade de um tempo não vivido, que só se conhece por meio das obras de arte, quando as belezas retratadas eram mulheres cheinhas, de formas arredondadas e de carinhas satisfeitas. Comer, nos dias de hoje, realmente é um ato de coragem. Regra geral, depois dos 50, o maior pecado que assombra a mulher é o da gula. Um absurdo! Gula? Porque será que deram ao ato sexual a característica de "comida"? Que estranha relação é essa que afasta mulheres e homens dos saudáveis prazeres da mesa e da cama? Se quando um falta, o outro supre?
Ah! A mulher mal-amada não consegue mesmo se esconder sem sofrimento.
A Primavera se aproxima e logo depois o Verão. Não terei como me esconder em roupas largas. Certamente não pretendo ser uma modelo esquálida, mas quero usar e abusar da elegância. Em casa, o filho mais velho olha de forma repreensiva quando lanço lânguidos olhares para a sobremesa. A filha caçula, complacente, até tenta agradar.
- Mamãe godinha... mas é tão monita!
Fico olhando para o pé de jabuticaba. Alguns frutos estão maduros, não engordam, mas sonho mesmo é com deliciosas truffas, sorvete com muito chantilly, ou mesmo os deliciosos doces caseiros da minha mãe: banana, goiaba, abóbora com côco. Ambrosia. Porque não? Hum! Que tentação!
Na sala ao lado ouve sua amiga rosnar.
-Eu quero chocolate! Não aguento esta Síndrome de Abstinência!.
Gargalhada geral.
-Abstinência de quê?
-De marido, de comida, de doce. Sou chocólatra assumida! Desse jeito acabo virando um coró.
Nessa luta contra o vício não se pode deixar de lado a análise que mais uma vez as mulheres são mais generosas. Seus homens podem engordar, criar barriguinhas e barrigões, perder todos os cabelos e nem por isso são chamados de feios. A mulher certamente sabe amar melhor e mais intensamente que os homens. Bela herança deixamos para os nossos filhos. Definitivamente, essa escravidão à estética tem que acabar. Por isso mesmo, resisto a todas as tentações, tomo um café com adoçante. A dieta vai continuar. Afinal, tenho pés pequenos, se liberar a boca eles não conseguirão me suportar.
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Maria Cláudia Cabral - pois acho lindo essas imagens de Botero... assim como a liberdade de sermos como somos, lindas com formas arredondadas, Marley. Nada de me entregar a ditadura da moda, das esquálidas super models...
ResponderExcluirMaria, a dieta não me faz sofrer... a privação do doce sim. Lembrei-me de vc com esse post. Quem ainda não conhece, a Maria Cláudia é a escritora do Blog da Maria http://blogdamariaclaudia.blogspot.com/
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