Imagem: Tentation, de W. Strang
Acordo sentindo a sua mão despudorada investigando cada milímetro do meu corpo, penetrando as minhas entranhas. Mergulho a cabeça entre lençóis e travesseiros, testemunhas dos meus sonhos, da minha solidão compartilhada. É como se você me espreitasse. Perturbo-me com as lembranças de uma música suave composta de suspiros, respirações ofegantes e algumas palavras, por que nem sempre são necessários poetas para fazer poemas e muito menos palavras que rimem. Quero ficar na cama o dia todo, mas não posso. Fico mais um pouco, perdida com a minha música que ninguém ouve, de olhos fechados, com o pensamento fixo no vazio, a aguardar alguém que não vai chegar. Murmuro coisas que você não ouve, não ouvirá. Nada do que observo em você, nos meus delírios, é físico.Hoje é diferente. Estou no limite do prazer e da posse, olho para você como se meditasse sobre o princípio da vida. E continuo a dormitar no silêncio que o prazer me transmite. Seria um crime violar a propriedade sensual que estas imagens me inspiram. No meu abandono, está outra forma de ser possuída sexualmente. Sinto a sua língua rastejante, lambendo, sugando, explorando. Uma oferenda divina de uma imaginação amorosa. Sem penetração real, essa falta é o eterno desejo de que o tempo se transforme em autoridade fálica e me satisfaça a sonolência sensual. Entrego ao tempo a sexualidade do corpo, sem medo. Como um relógio que pára o instante, cheio de imagens provocantes, que traz você, de novo, para perto de mim. Que seja a minha umidade, o afrodisíaco da sua inspiração emocional, até que nossos corpos, um dia, possam estremecer sobre o linho branco da nossa cama.
Maria é mulher, fala de vida, de experiência, de sentimentos, de sexo, de lições e apreendizado, um universo identificado por qualquer mulher (e até mesmo homem). Ela sou eu, a outra, todas elas, qualquer mulher, uma mulher qualquer. É a mãe, a dona de casa, a profissional, a prostituta, a religiosa, a vencedora, a fracassada, a lutadora, a cansada, a jovem, a velha, a sábia, a louca. Não é Maria por acaso.
Que lindo!
ResponderExcluirFantástico! Sem comentários! Na realidade um exercício de criatividade.
ResponderExcluirVou postar aqui dois comentários feitos via Facebook. Já respondidos.
ResponderExcluirEdgar D'Alberto Rezende: Uma elegia do prazer que lindo Marley, obrigado!!!
"No meu abandono, está outra forma de ser possuída sexualmente." !!! j'adore!
Rô Torquato: Maria está abundantemente linda!
Anônimo (RÔ) e Rosana, as duas homônimas e minhas seguidoras mais fiéis. Obrigada mesmo por acompanharem meus textos. Agora, falando verdades: O erótico tem um força muito grande, não é mesmo? O número de acessos dobrou, rsrsrsrs
ResponderExcluirMarley Costa Leite: Randel... esse texto vai ser difícil filmar...
ResponderExcluirEdgar D'Alberto Rezende: Eu o filmaria, com grande prazer em HD e seria lindo!!!
Edgar D'Alberto Rezende: Porque eu o sinto tao noturno, a pelicula nao suportaria... que pena pelas cores tao proximas da pintura... uma Kodak super 16 "Vision 3" 200 ISO! seria um sonho...
Marley Costa Leite: É... as imagens se sucedem com Maria de olhos fechados, então escuras, em um quarto ainda fechado, mesmo que lá fora exista um sol amarelo. E algumas cenas teriam que ser sugeridas e não explícitas, porque vulgarizaria o texto, rsrsrs
Edgar D'Alberto Rezende: é verdade! você sabe fazer Cinema!!! :-)
Marley Costa Leite: Não querido... não sei fazer cinema. Nunca tentei, mas já trabalhei com documentários e sou editora de tv, rsrsrs
Edgar D'Alberto Rezende Sim você sabe!!! tenho certeza!!!
Marley: Podemos tentar!...
.... e a pupila superou a mestra! E quanto!Que beleza descobrir seu blog, Marley. Você é pura literatura, pura poesia, e como é verdadeira! Espero aprender muito com esta amiga de sempre. Abraços da Jane.
ResponderExcluirNossa Professora!! Eu fico tão inflada... Obrigada mesmo de coração e espero manter essa parceria lá nas Memórias de uma SEXagenária e logo integrar o grupo. Estou pertinho! Amei a visita. Amei seu comentário.
ResponderExcluirTenho que tomar cuidado com a glicose, mas esta passagem açucara a gente. Deliciosa criação.
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