Lamia (Waterhouse)
Segredos.
Sempre segredos guardados
que se libertam ao vento
por uma brecha da distração
Ou do desejo
Que é esse vento liberto
Sussurrante
Que leva a escutar a melodia dos dias
Das tempestades e da calmaria
No equilíbrio
Encontrado no desconhecido
Desencontrado
De um encontro sofrido de séculos de desencontro
De vidas nascendo na mistura dos sangues
Enamoramento ou brutalidade
Beleza
De um nevoeiro mágico
que une mesmo sem deixar tudo ver
De um nevoeiro que não apaga o mal
Nem projeta um futuro comum
De adivinhação
De achamento
De todos nós
Entre o silêncio e a solidão, palavras nos faltam, quando cremos poderiam fazer alguma diferença. Depois pensamos, podem mesmo? De que servem as palavras? Elas tentaram quebrar o isolamento e encontraram o silêncio. Elas ecoaram no vazio, perderam-se em algum ponto do caminho. Será? Será, que afinal, poderiam fazer alguma coisa? Talvez apenas isso: elas nos acompanham, depois que já não temos aquilo, mesmo que nunca o tenhamos tido. Esse silêncio de gestos e de toques que se preenche com palavras. Essa solidão, tecida de palavras.
Maria é mulher, fala de vida, de experiência, de sentimentos, de sexo, de lições e apreendizado, um universo identificado por qualquer mulher (e até mesmo homem). Ela sou eu, a outra, todas elas, qualquer mulher, uma mulher qualquer. É a mãe, a dona de casa, a profissional, a prostituta, a religiosa, a vencedora, a fracassada, a lutadora, a cansada, a jovem, a velha, a sábia, a louca. Não é Maria por acaso.
Esse post está fazendo a alma sangrar... (rosana rodrigues)
ResponderExcluirE está sangrando Rosana.
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