sexta-feira, 26 de setembro de 2014

Viver o presente

Springtime awakening, de Luc-Olivier Merson
Gosto, às vezes, de ficar sem fazer nada, olhando pro tempo, pro espaço vazio ouvindo música. Esses momentos são raros em minha vida, portanto, muito preciosos. Entre um evento e outro tenho intervalo ocioso, mas nem sempre é possível usar o tempo assim. Para isso preciso também da solidão. Hoje é um desses dias especiais, posso ouvir música, olhar o céu, os topos dos prédios e das árvores do vizinho. Queria poder dançar, estou sozinha, mas tem uma câmera que me vigia. Então a alternativa é recorrer ao youtube e se deixar deslizar na imaginação.

Por mais efêmero que seja o tempo presente, aqui e agora é tudo que tenho.  Aqui em que o onde é indefinido e o agora não é quando. Um tempo feito de momentos. De total desligamento.  De pensamentos que me levam ao nada. De nada que me leva ao tudo. É meu paraíso niilista. De vazio e silêncio interior, que faz aflorar o bem-estar profundo, a sensibilidade, a criatividade, a leveza e a serenidade. Completamente despida de preocupações. Esta é uma sensação diferente do ostracismo que leva ao desânimo e à falta de vontade e disposição para viver. Apenas um tempo meu para estar comigo. Viver o presente é uma arte. 

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