Springtime awakening, de Luc-Olivier Merson |
Gosto, às vezes, de ficar sem fazer nada, olhando pro tempo,
pro espaço vazio ouvindo música. Esses momentos são raros em minha vida,
portanto, muito preciosos. Entre um evento e outro tenho intervalo ocioso, mas
nem sempre é possível usar o tempo assim. Para isso preciso também da solidão.
Hoje é um desses dias especiais, posso ouvir música, olhar o céu, os topos dos
prédios e das árvores do vizinho. Queria poder dançar, estou sozinha, mas tem
uma câmera que me vigia. Então a alternativa é recorrer ao youtube e se deixar
deslizar na imaginação.
Por mais efêmero que seja o tempo presente, aqui e agora é
tudo que tenho. Aqui em que o onde é
indefinido e o agora não é quando. Um tempo feito de momentos. De total desligamento.
De pensamentos que me levam ao nada. De
nada que me leva ao tudo. É meu paraíso niilista. De vazio e silêncio interior,
que faz aflorar o bem-estar profundo, a sensibilidade, a criatividade, a leveza
e a serenidade. Completamente despida de preocupações. Esta é uma sensação
diferente do ostracismo que leva ao desânimo e à falta de vontade e disposição para
viver. Apenas um tempo meu para estar comigo. Viver o presente é uma arte.
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