When I was Young, de Stephen Bauman |
Sempre me lembro da frase do Betinho, irmão do Henfil,
quando questionado sobre o que mudava diante de sua iminente morte; “Morrer
todos nós vamos, a diferença é que EU SEI que vou morrer”. É assim mesmo,
vivemos como se não fôssemos morrer um dia. Falar sobre a morte e o morrer é
assunto tabu. Aparecem mil e uma mensagens de autoajuda, mas poucos se detém a
refletir sobre a morte ou a se dar o trabalho de compreender como se sentem
aquelas pessoas que tem sua morte anunciada.
Algumas vezes somos privilegiados com apenas um sinal.
Acontece alguma coisa que nos coloca diante da morte e, infalivelmente, temos
que lidar com ela. É o caso de quem tem câncer. Mesmo sabendo que não vai morrer
ainda - existe tratamento: todos os dias aumentam os casos de sucesso em
que a sobrevida passa de 30, 40 anos; já
existe cura em alguns casos – , é sempre uma incógnita com a qual se terá que
lidar.
Nos últimos três anos tenho pesquisado sobre isso. Minha
vida mudou muito. Impossível traduzir tudo que senti, observei ou vivenciei.
Mas melhorou. Viver sabendo que se vai morrer é um exercício de amor, de tolerância,
de resignação, mas também é lutar por um mundo melhor... e eu estou viva!
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