quarta-feira, 1 de outubro de 2014

Pintando o cenário

Painting Studio, de Daniel Bilmes
Acredito que ao nascermos encontramos uma parte da vida já desenhada, o cenário, cujo traçado não dependeu de nós. A outra parte está em branco para que a gente possa preencher de acordo com o que somos. Nem sempre precisamos de grandes acontecimentos para sentirmos motivados para a vida, precisamos apenas compreender os pequenos acontecimentos. Em tempo de tirar máscaras, fico impaciente se me pedem para colocar uma. Nortear-me por princípios universais, valores próprios e códigos de ética individuais pode parecer extravagância, excentricidade ou que sou temperamental demais. Nada disso. Vivo mesmo é em um mundo mágico, reservado àqueles que se detém a olhar além do que está visível, um mundo impenetrável por mascarados. Será que pedir uma vida transparente, honesta, verdadeira é pedir muito?


Cada manhã um novo dia se perfila à nossa frente. Algumas coisas seguem o planejamento, outras nos fogem ao controle. Não se controla a vida, não temos poder de garantir o futuro. Podemos ser senhores de nosso destino, apenas no campo mental, que é onde acontecem as coisas do espírito. Parece que preciso de uma caixa de lápis de cor de pelo menos 48 matizes, para pintar as penas do anjo que mora dentro de mim. Não consigo ainda ter o cenário completo de minha vida, mas cada palavra que consigo extrair de mim é uma peça que entra em cena.

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