terça-feira, 2 de setembro de 2014

Na pele do outro

Le Gouter, de Willian Bouguereau
Quem pode me garantir o que é certo ou errado? Ou me dar um caderninho com as receitinhas de vida anotadas? Porque é tão fácil julgar os outros? A superficialidade e rapidez com que julgamos e condenamos o outro, não tem o mesmo critério de generosidade que temos conosco.  Julgamos a aparência, o fato isolado. Muito fácil criticar quem recebe cesta básica, quando se tem a barriga cheia. É fácil para o vencedor apontar os erros de quem fracassou. É fácil julgar sem conhecer a força das coisas que conduziram a ação, o sofrimento ou o desejo daquele que,  do nosso ponto de vista, errou. Cruéis ou indulgentes os julgamentos passam sempre pela subjetividade e nos impede de sermos imparciais.  Mas o mais interessante é que quando julgamos refletimos o que temos dentro e só ver defeitos é extremamente sintomático.
Lembro-me de um amigo juiz que analisava atentamente seus processos, escrevia suas decisões e guardava, para só voltar nela uns dias depois. Quase sempre ele alterava sua sentença.  Um julgamento emocionado carece de equilíbrio e interfere de tal forma em nossas ações,  que elas deixam de nos pertencer. Juízes entendem bem o peso de um julgamento. Sabem que ninguém hesitaria em condená-los à morte, se por acaso, movidos pela emoção, condenassem um criminoso.
Sou contra a redução da maioridade penal. Sou a favor da retirada de privilégios para quem tem curso superior. Educação, educação, educação. Escolas de tempo integral, Cefets, Universidades Federais, Brasil Sem Fronteiras.


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