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Le Gouter, de Willian Bouguereau |
Quem pode me garantir o que é
certo ou errado? Ou me dar um caderninho com as receitinhas de vida anotadas?
Porque é tão fácil julgar os outros? A superficialidade e rapidez com que
julgamos e condenamos o outro, não tem o mesmo critério de generosidade que
temos conosco. Julgamos a aparência, o
fato isolado. Muito fácil criticar quem recebe cesta básica, quando se tem a
barriga cheia. É fácil para o vencedor apontar os erros de quem fracassou. É
fácil julgar sem conhecer a força das coisas que conduziram a ação, o
sofrimento ou o desejo daquele que, do
nosso ponto de vista, errou. Cruéis ou indulgentes os julgamentos passam sempre
pela subjetividade e nos impede de sermos imparciais. Mas o mais interessante é que quando julgamos
refletimos o que temos dentro e só ver defeitos é extremamente sintomático.
Lembro-me de um amigo juiz que
analisava atentamente seus processos, escrevia suas decisões e guardava, para
só voltar nela uns dias depois. Quase sempre ele alterava sua sentença. Um julgamento emocionado carece de equilíbrio
e interfere de tal forma em nossas ações,
que elas deixam de nos pertencer. Juízes entendem bem o peso de um
julgamento. Sabem que ninguém hesitaria em condená-los à morte, se por acaso,
movidos pela emoção, condenassem um criminoso.
Sou contra a redução da
maioridade penal. Sou a favor da retirada de privilégios para quem tem curso
superior. Educação, educação, educação. Escolas de tempo integral, Cefets,
Universidades Federais, Brasil Sem Fronteiras.
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