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Spirit of Spring, de Alphonse Marie Mucha |
Seria uma manhã típica de primavera, não fosse o ar ainda
seco pela falta de chuva. O sol morde
seu corpo. Ainda assim o vento bate em seu rosto trazendo novo ânimo e estranha
energia. A natureza se renova e sua alma, assim como ela, se sente cheia de
esperança, de alegria. O amor perfuma o deserto. A fonte lacrada agora jorra
vida que arde em suas entranhas. É um sentimento que ao seu redor tudo pode se
aniquilar, que renascerá cantando a simples olhar. Maria é a própria natureza. A caminhada até o trabalho acrescenta sons de
pássaros, acácias floridas, mangueiras carregadas e céu aberto. Maria nem se
incomoda com as buzinas e a pressa dos motoristas. O amor que sente florescer é
apenas um botão entreaberto.
Maria vive período de grande iniciação, o que significa na
prática que sai de uma mansão da alma para outra. Durante muito tempo pediu ao
Cosmos que não a deixasse só, por algum tempo, chegou a pensar que sua vida só
teria sentido se encontrasse sua alma gêmea, alguém que a acompanhasse não apenas nas atividades
terrenas, mas também pelo estreito caminho do misticismo. Hoje ela sabe que não
precisa de nada disso. Basta um manhã harmonizada com o espírito da primavera.
Ela ama e é feliz!
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