segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Sozinha no escuro

Imagem: After the Bath, de Edgar Degas, ( inspiração para mim, que me preparo para  ir à França)
Maria acorda cansada. A água fria que escorre sobre seu corpo não produz o choque necessário para um desertar cheio de energia. Pela primeira vez, Maria tem medo. O medo, por si só, já é sofrimento. Natural, portanto, essa angústia generalizada e sem motivo aparente, mas que assusta. A angústia desequilibra a dinâmica psicológica, provoca transtornos mentais, dá a sensação de aperto no coração e o medo que não sabe de quê. Certa está que estas sensações fundamentam a condição humana diante da liberdade absoluta, da morte ou da distância. É difícil seguir em frente quando se sente em estado de desamparo, quando falta convicção de que pode sobreviver por conta própria, nutrindo-se dos conteúdos internos, sentimentos e pensamentos que a identificam. Há um vazio enorme em tudo que Maria olha. Ela fecha os olhos num gesto de fuga de tudo que a cerca. Sozinha, na escuridão que sua alma se encontra, ela se deixa levar pelos caminhos do inconsciente. São vários os porões de sua alma...

Nenhum comentário:

Postar um comentário