Imagem: After the Bath, de Edgar Degas, ( inspiração para mim, que me preparo para ir à França) |
Maria
acorda cansada. A água fria que escorre sobre seu corpo não produz o
choque necessário para um desertar cheio de energia. Pela primeira vez,
Maria tem medo. O medo, por si só, já é sofrimento. Natural, portanto,
essa angústia generalizada e sem motivo aparente, mas que assusta. A
angústia desequilibra a dinâmica psicológica, provoca transtornos
mentais, dá a sensação de aperto no coração e
o medo que não sabe de quê. Certa está que estas sensações fundamentam a
condição humana diante da liberdade absoluta, da morte ou da distância.
É difícil seguir em frente quando se sente em estado de desamparo,
quando falta convicção de que pode sobreviver por conta própria,
nutrindo-se dos conteúdos internos, sentimentos e pensamentos que a
identificam. Há um vazio enorme em tudo que Maria olha. Ela fecha os
olhos num gesto de fuga de tudo que a cerca. Sozinha, na escuridão que
sua alma se encontra, ela se deixa levar pelos caminhos do inconsciente.
São vários os porões de sua alma...
Nenhum comentário:
Postar um comentário