terça-feira, 5 de novembro de 2013

Dia de Finados

Imagem de Bastien Lepage
O ano está chegando ao fim. Sempre um misto de tristeza e de alegria, de esperança e de saudade, de vida e de morte. Após o almoço em família, Maria e sua mãe levam flores ao cemitério. Falam de saudades, de preocupações, de sonhos e pesadelos, e do vento. O vento que parece beijar-lhes o rosto, não permite manter a chama acesa, como se estivesse a lhes dizer que um dia tudo se acabará com um sopro. Maria fazia seu caminho de volta para casa. Deixava parte de uma história para trás. Vivenciou momentos de dor, de renúncia, de desapego. De despedidas. Pôde compreender que é na memória que ficam os verdadeiros registros. Também ficam os registros de nossas desistências, de nossos medos. Depois de enfrentar o câncer, Maria namora a morte, sem pressa de se casar. Agora, somente agora, respira vida, cores, sons, beleza.  A vida nunca é a mesma todos os dias.

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