segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

Natal de Luz

"A Christmas Party", de Anton Heinrich Dieffenbach 


A todos meus amigos:
Em tempo de balanços e planejamentos, o mais importante é não perder de vista nossa contribuição neste universo. Viver é aprender sempre um pouco mais sobre nós mesmos, reconhecer nossa pequenez e exercitar a paz de espírito. É Natal. Desejo a todos vocês, que nos próximos 365 dias, sentimentos como solidariedade, generosidade, tolerância e compreensão sejam mais frequentes e nos despertem para a compreensão de uma realidade que vai além de nós, além do tempo e do espaço.Boas Festas e Feliz Natal!



quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

Não adianta quebrar o espelho

Gerard Terborch (Dutch Baroque Era Painter, 1617-1681) "Woman at a Mirror"
Chove lá fora. A vontade de Maria  é sair,  tomar um banho de chuva,  e assim lavar a alma e esconder as lágrimas que insistem em molhar seu rosto de um paladar salgado.
Dentro dela, só não há vazio porque existe dor. A dor é visceral, assim como se uma garra entrasse e extirpasse todos seus órgãos. Que está doendo, qualquer um pode notar.  Fico imaginando quanto mais dolorido seria se a situação se arrastasse por mais tempo, sem saber se seria feliz por estar perto dele, ou se seria infeliz por não conseguir se afastar.
Aos poucos percebi que Maria  ocupava espaços deixados vazios, era sempre amiga, sacerdotisa, anjo da guarda, portadora do archote - aquela que leva luz - mas nunca foi ela mesma. Por isso chora. Tudo nela dói: a cabeça, as pernas, a barriga, a alma. Não é a fortaleza que todo mundo espera . Quer ter o privilégio da imperfeição, quer a liberdade de poder se expressar diante de qualquer plateia, quer o retorno por ter passado sua vida procurando andar em ângulos retos, se equilibrando entre a bondade e maldade: "Estou brigando comigo mesma, procurando me encarar no espelho e,  perfeitamente consciente de que não adianta quebrá-lo, porque é o meu rosto que precisa mudar”.

quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

Sempre o amor


Two Lovers, de Nick Alm

Há tempo de escrever e tempo de ler. Estou com saudades de mim. Há muito não escrevo e, portanto, não posso me ler. Perdida em meus labirintos busco a luz em seu olhar. É como dirigir no escuro com farol apagado esperando iluminação externa. Compreendo minha insanidade e incerteza diante das escolhas.
Como posso encontrar você se estou distante de mim?
Dias angustiados. Não saber o que acontece por dentro é andar na escuridão e os passos indecisos nunca são capazes de levar ao ponto certo, mas não caminho mais no escuro. Sei onde estou e para onde quero ir. Caminhar agora é um processo simples. Sei o que me move. Meu coração está cheio de amor. A solidão, companheira de todas as horas, está enciumada.

quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Seguuuura peão!

Não sou mais uma boa motorista, mas já fui. Acho que já fui, porque por muitas vezes ouvi as pessoas dizerem que eu "dirigia como um homem". Eita preconceito besta esse tal de machismo! À parte a guerra dos sexos, ainda estou por entender qual é a lógica que orienta os motoristas goianos (ou seriam os brasileiros, ou ainda, seriam os humanos?) para transformar as largas avenidas da cidade em pistas de competição. Não basta correr, passar na frente, é necessário atrapalhar os outros, ultrapassar pela direita, segurar a fila até ver que o sinal vai abril e só então acelerar e deixar todo mundo pra trás. Se quiser trocar de faixa a dica é não dar sinal. Todo mundo entende quando você simplesmente fecha o outro condutor e, este, pacientemente (ou não), reduz a velocidade para você passar, mas se você liga a seta é como se acendesse um sinal convidando para a disputa. Quem está atrás, acelera e não deixa mesmo passar.
Quando aprendi a dirigir eu interpretava certos desarranjos no trânsito como resultado da arrogância da ditadura militar. Parecia que as pessoas transpunham para o veículo toda a sua raiva, seus complexos, seus problemas pessoais. Lembro-me até de uma campanha: "Não faça do seu carro uma arma, a vítima pode ser você".
A ditadura acabou, novos motoristas assumiram seus postos, mas a falta de educação no trânsito continua a mesma. Mulheres estressadinhas que colocam a mão na buzina, como se ela (a buzina) fosse seu próprio grito histérico. Homens poderosos que não se contentam em ter um carro possante, precisam mostrar a potência do carro. Isso quando não despejam uma cusparada de cima de suas caminhonetes.
Quando na década de 70 a crise do petróleo atingiu o Brasil uma coisa pelo menos mudou: a arrancada. Por medo de queimar muito combustível o pessoal parece que aprendeu a sair mais vagarosamente, mas tão vagarosamente que hoje um estudo da Cefet mostrou que o goianiense leva mais de 30 segundos para tomar consciência de que o sinal abriu... a diferença ele vai tentar recuperar passando por cima de quem está na frente.

Com o automóvel servindo como extensão do homem, qualquer arranhadinho na pintura é como se fosse um tremendo machucado na honra das pessoas. A pressa é logo esquecida e inicia-se um processo que nunca dá em nada para saber quem paga o prejuízo. Já vi muita senhora de fino trato, mandar o outro passar a língua na lataria para apagar o arranhão. Assim vai meu Estado acelerando, e nos sinaleiros, meus queridos motoristas, enquanto esperam, enfiam o dedo no nariz e ficam a fazer bolinha, como a Britney Spears na foto que ilustra este post.

quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

Nasceu Maria

The Daydream of Deméter, de Hans Katzka
De acordo com Jung, deusas são arquétipos, fontes de padrões emocionais que fluem de nossos pensamentos, sentimentos, instintos e comportamento. Maria nasceu sob a influência da deusa Deméter, mas foi apresentando características de muitas outras. Na Grécia quando as mulheres percebiam que uma vocação as colocava sob o domínio de uma determinada deusa era motivo de veneração. As deusas estão no íntimo das mulheres modernas, como arquétipos, e podem cobrar seus direitos e domínio sobre suas súditas. Jung chama o arquétipo das deusas de “transformadoras”, porque surgem, normalmente, em momentos de mudanças – adolescência, casamento, maternidade, morte de um ente querido -, modificando totalmente nossos sentimentos, percepções e comportamentos

quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

Uma mulher má


  Dissent, de Juan Medina






Maria era uma mulher muito má. Ao remexer o baú de suas memórias entendeu que precisava se reescrever para poder se ler. Colocou-se então a fazer isso. Quanta sujeira! Ela descobriu que em sua vida só encontrara pessoas altruístas, amorosas, cheias de sabedoria e dedicação disponibilizadas em benefício da humanidade. Só ela, apenas ela, olhava-se no espelho e se via assim: humana, medrosa, dissimulada, fracassada. Uma verdadeira pecadora que certamente merecia a ira dos céus. Maria era mesmo muito má, tinha ouvidos aguçados, olhos abertos e língua afiada. Mas era bem pior, pensava também. Morreu em silêncio, afinal, não valia a pena falar o que percebia.



segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Chronos não perdoa

Outono, de Mary Cassat (Óleo sobre tela)
Maria sempre se enrolou em sua relação com Chronos, tanto nas questões cotidianas, quanto em seus textos. Os tempos sempre se misturam, inclusive os verbais. Maria pensou em escrever seus textos sempre usando o tempo mais-que-perfeito, mas pretérito imperfeito, futuro do pretérito, presente do indicativo, está tudo misturado em suas narrativas. É o próprio retrato do inconsciente de Maria. As dificuldades em entender o tempo e o espaço sempre lhe foram conscientes, e, agora um pouco mais, servem-lhe de pista para entender o que guardou tanto tempo. Não quer reescrever mais nada. Não vai revisar nada. Os erros ficam, assim como ficaram na sua vida. O ser humano cria mecanismos de defesa, procura justificativas para suas atitudes e, na maioria das vezes, é complacente consigo mesmo. O tempo acaba mostrando o resultado de cada atitude tomada na vida. Maria está calada. Pensativa. Há muitos mundos desconhecidos para ela.

sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Hora de despedir

Georges Stein (1818-1890)
Trafic occupé sur les Champs Elysées, Paris
Crayon, aquarelle et gouache


Maria está apressada. É seu último dia em Paris e precisa ultimar alguns detalhes. Volta cheia de energia, de planos para novas viagens, Grécia, Egito, Índia, quem sabe? Seu tempo não é tão longo assim e o peso da idade logo mostrará seus limites. Ainda assim sente-se animada. O que lhe dá tranquilidade de enfrentar dias difíceis que poderão vir é saber que a vida, como a Natureza, se renova, obedece ciclos. Está bem consigo e gostaria de poder passar esse sentir, mas reconhece sua impotência. Cada experiência é única, assim como a percepção dela e não há como construir atalhos para os que estão chegando. Tudo isso faz parte do envelhecimento. O que realmente muda com o passar do tempo é a compreensão daquilo que somos. Maria sabe que não vai abandonar a luta, assim como sabe que a luta é dela, contra ela mesma. Agora é hora de voltar para casa.

 
Maria est hâtive. C'est son dernier jour à Paris et le besoin de mettre au point certains détails. Plein d'énergie, les nouvelles sorties, la Grèce, l'Egypte, l'Inde dos, qui sait? Votre temps n'est pas long et l'âge de poids sera bientôt montrer ses limites. Sent toujours animé. Ce qui vous donne la tranquillité d'esprit pour faire face à des jours difficiles qui peuvent venir à savoir que la vie, comme la nature se renouvelle, obéit à des cycles. Vous pouvez aussi bien et serait capable de passer ce sentiment mais reconnaît son impuissance. Chaque expérience est unique, ainsi que la perception de celui-ci et il n'ya pas de raccourcis de construction à ceux qui arrivent. Tout cela fait partie du vieillissement. Ce qui change vraiment au fil du temps est la compréhension de qui nous sommes. Marie sait qu'elle ne sera pas abandonner la lutte, et je sais que c'est la lutte contre elle-même. Maintenant il est temps de rentrer à la maison.



quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Café Literário


Imagem de Jean Beraud (1849-1936)
Au Café
Oil on canvas
De volta a Paris, o café tem realmente o significado de bebida milagrosa. Marca o momento de pausa nas caminhadas e ainda se reveste da magia que o tornou famoso nos tempos áureos pós Revolução Francesa. Pausa para descansar o corpo, mas deixar a mente ligada para expandir, não apenas conhecimento, mas os limites da própria consciência. Alguns cafés parisienses oferecem um panorama  inesquecível, um dos ambientes mais encantadores da cidade nos finais de tarde, sem medo de ser feliz. Outros, famosos por serem redutos de artistas e escritores de vanguarda, como o Café Litteraire Les Deux Magots, situado no quartier Sant-Germain-des-Prés. Pablo Picasso, Ernest Hemingway, François Truffalt, Humberto Eco, Simone de Beauvoir e Jean Paul Sartre são alguns intelectuais célebres que se reuniam no local em meados do século passado. E, como afirma Jackson Martins, “é esse espírito de ‘café intelectual’ que a casa mantém ainda hoje. Os garçons trajam fraque, da mesma maneira como faziam antigamente, a descrição filosófica do típico “garçom de café” que Sartre faz em L’entre et le néant, segue mais atual que nunca”. 



De retour à Paris , le café a fait le sens de boisson miraculeuse . Marque le moment de pause dans la randonnée et est de la magie qui l'a rendu célèbre dans les jours grisants après la Révolution française encore. Pause pour se reposer le corps, mais laisser attaché à élargir l'esprit , et pas seulement des connaissances , mais les limites de la conscience. Certains cafés parisiens offrent un panorama inoubliable, l'un des environnements les plus enchanteurs de la ville dans l'après-midi , sans crainte d'être heureux . Autre célèbre pour être des bastions des artistes et des écrivains d'avant-garde tels que Les Deux Magots Café littéraire , quartier situé à Sant -Germain -des-Prés . Pablo Picasso , Ernest Hemingway , François Truffalt , Umberto Eco , Simone de Beauvoir et Jean Paul Sartre quelques intellectuels célèbres qui se sont réunis sur le site au cours du siècle dernier . Et, comme le dit Martin Jackson , " est que l'esprit de« café intellectuelle » que la maison reste aujourd'hui. Les serveurs sont vêtus de smoking , de la même manière que précédemment, étaient la description philosophique de la typique " café de garçon " que Sartre fait dans L'entre et le néant, suit plus que jamais d'actualité " .

quarta-feira, 27 de novembro de 2013

O Louvre e suas redondezas




Quando comecei as publicações "Sonhos em Paris", fiz questão de ilustrá-las com telas que reproduziam a Belle Époque, período de grande efervescência cultural na França. Naquele tempo, o Louvre não era como hoje, e deixo aqui o olhar de três artistas:

Luigi Loir (1845-1916)
"Paris, Le Louvre, Le Quai De La Megisserie Et Les Marchands D'Oiseaux"
Watercolor and gouache on pape
Edouard Leon Cortes (1882 - 1969)
"Quai du Louvre"
Oil on canvas
 Eugène Galien-Laloue (Eugène Galien) (1854-1941)
Le Louvre Et La Passerelle Des Arts
Watercolour and pencil


terça-feira, 26 de novembro de 2013

Depois do vinho

Imagem de Van Hove
Cada vinicultor que conversava, Maria aprendia um pouco mais sobre a arte de apreciar o bom vinho. Nunca gostou de bebidas, mas agora aprendia beber de forma contemplativa, sem se embriagar. Sentir o aroma. Beber lentamente, com respeito, sempre pensando nas coisas boas da vida. O que diferencia o vinho de outras bebidas é o ritual que o acompanha, a oportunidade de descobrir suas virtudes e benefícios para a saúde física e psíquica. Ao se soltar nas degustações, mesmo sem querer entrar nos arquivos da memória, Maria antevê sua viagem de volta. Não era apenas voltar para sua origem, mas voltar disposta a mudar a realidade que por muitas vezes se fez pesada, doída. Mergulha a cabeça na coberta, viaja de volta também para outro quarto, testemunha de sinfonia de sonhos e de sua solidão. Sente frio... é quase inverno. Do outro lado do Atlântico a espera um sol amarelo, perfeito, lindo. Está ali, perdida agora com sua música, de olhar fixo num vazio em frente. Limita-se a estar ali, a berrar para o vazio, a aguardar algo ou alguém que, se calhar, nunca vai chegar.


Chaque vigneron qui parlait , Marie a appris un peu plus sur l'art de profiter du bon vin . Jamais aimé à boire , mais maintenant appris boisson contemplative , sans se saouler . Sentir l'arôme . Buvez lentement , avec respect, toujours penser aux bonnes choses de la vie . Ce qui différencie le vin des autres boissons est le rituel qui l'accompagne , l'occasion de découvrir leurs vertus et les avantages pour la santé physique et mentale . Lorsque vous déposez à des dégustations , même sans entrer dans les archives de la mémoire , Maria envisage son voyage de retour . C'est seulement à son origine , mais prêt à revenir à la réalité qui, souvent, est devenu lourd, peiné . Plonge tête Dans Les feuilles de . Elle se sent froid ... est presque l'hiver . Outre-Atlantique attendre un jaune , parfait, magnifiques couchers de soleil . Elle est là, maintenant perdu avec sa musique , avec le regard vide en face d'elle . Elle se contenta de là pour crier dans le vide , en attendant que quelque chose ou quelqu'un , peut-être , ne viendra jamais .

segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Eu e o vinho

 Corner of a vineyard, de Edouard Debat-Ponsan
Maria acorda alvoroçada. Por uns dias, longe dos ares coquetes de Paris, deixa a aventura guiar seus passos, em verdadeira descoberta de charmosas vinícolas no interior da França. Seus olhos se encantam com a natureza que lhe parece intocada, curiosa e bucólica. Pequenos vilarejos contrastam com suntuosos castelos. Está fascinada pela região e completamente imersa no patrimônio cultural que encontra ecos em seu âmago. A língua tem outra sonoridade. O contato com pessoas simples a emociona. E para completar o clima que mexe com suas entranhas, estão as adegas. Claro que a degustação é diferente neste caso. É quase um ritual, feita de forma contemplativa, em meditação. Os efeitos medicinais do vinho são antigos conhecidos, mas Maria encontra outro componente, que lhe eleva o espírito e a remete aos bons pensamentos, tornando-a intimamente alegre, mais desarmada, mais sincera, mais receptiva e em conexão de corpo e alma. Depois de caminhar e degustar os vinhos da região, dormirá, literalmente, nos braços de Bacchus. 



Maria se réveille avec enthousiasme . Pendant quelques jours, loin des airs coquets de Paris , laisse l'aventure guider vos pas,  et vraiment découvrir des caves de charme en France . Ses yeux se plaisent dans la nature qui semble incroyable , curieux et lui bucolique . Les petits villages contrastent avec de somptueux châteaux . Est fasciné par la région et complètement immergé dans le patrimoine culturel qui résonne à sa base . La langue a un autre son . Contact avec les touches simples gens . Et pour mettre l'ambiance au mess avec vos intestins , sont les vignerons . Bien sûr, la dégustation est différent dans ce cas . C'est presque un rituel , fait de manière contemplative , dans la méditation . Les effets thérapeutiques du vin sont de vieilles connaissances , mais Marie trouve un autre élément qui élève l'esprit et vous amène à de bonnes pensées , faisant d'elle intimement gai, plus nue , plus sincère , plus réceptif et la connexion du corps et de l'âme . Après la marche et la dégustation des vins locaux , elle va dormir, littéralement , dans les bras de Bacchus

sexta-feira, 22 de novembro de 2013

Gostosa loucura

Dance at the Moulin Rouge, de Toulouse Lautrec
Naquela noite no Moulin Rouge Maria queria mesmo deixar seu corpo solto. Assim, expressava, sem pronunciar uma única palavra, seu agradecimento à vida. O movimento ritmado, sem qualquer disciplina, expandia suas emoções e a música parecia surgir de dentro dela, de cada partícula de seu corpo. Maria era, naquele momento, música e paixão. Pouco se importava com quem não ouvia a música.
Acho que foi Nietzsche que disse que dançar parece loucura para quem não ouve a música. Também foi ele que escreveu: “Há sempre um pouco de loucura no amor. Mas há sempre um pouco de razão na loucura. E, para mim também, para mim que estou destinado à vida, às borboletas e às bolhas de sabão, e tudo o que a elas se assemelham entre os homens, parece-me ser quem melhor conhece a felicidade.” 

Cette nuit au Moulin Rouge Maria voulait laisser votre corps lâche. Ainsi exprimé, sans prononcer un seul mot, son appréciation de la vie. Le mouvement rythmique, sans aucune discipline, l'expansion de leurs émotions et la musique semblait venir de l'intérieur, de chaque particule de votre corps. Marie a été, à cette époque, la musique et la passion. Souciait peu qui ne pouvaient pas entendre la musique.
Je crois que c'est Nietzsche qui a dit que la danse semble folie pour ceux qui n'entendent pas la musique. A écrit qu'il était aussi: "Il ya toujours une certaine folie dans l'amour. Mais il ya toujours une certaine raison dans la folie. Et pour moi aussi, pour moi, je suis destiné à la vie, des papillons et des bulles de savon, et tout ce qu'ils sont similaires chez les hommes, me semble être celui qui connaît le mieux le bonheur ".


quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Fim de tarde



Eugène Galien-Laloue (1854-1941)
Place De La Republique, Paris
Gouache


Estar em Paris não era apenas uma viagem turística, mas uma viagem no túnel do tempo, à Belle Époque, uma história de florescimento total do belo, de transformações. Tempo, pós-guerra,  em que cenário cultural fervilha. Surgem os cabarés, o cancan, o cinema ganha impulso. A face artística é subvertida com o nascimento do Impressionismo e da Art Nouveau. Entretanto, para que o projeto da Praça da República fosse concretizado, vários teatros foram derrubados. Mas a Praça da República também conta outras histórias que vai além do artístico, para lançar as bases ideológicas. O monumento “Marianne” traz as alegorias da Liberdade, Igualdade e Fraternidade.

Être à Paris n'était pas seulement un voyage touristique, mais un voyage dans le tunnel du temps, à la Belle Époque, une histoire pleine de belles fleurs de transformations. Temps, l'après-guerre, la scène culturelle grouille. Lève-toi cabarets, cancan, des gains de cinéma dynamique. Le côté artistique est renversé avec la naissance de l'impressionnisme et Art Nouveau. Cependant, pour le projet de Place de la République ont été réalisés, de nombreux théâtres ont été démolies. Mais la place de la République a également d'autres histoires qui va au-delà artistique, pour jeter les bases idéologiques. Le monument "Marianne" apporte les allégories de la Liberté, de l'Égalité et de la Fraternité