segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Chronos não perdoa

Outono, de Mary Cassat (Óleo sobre tela)
Maria sempre se enrolou em sua relação com Chronos, tanto nas questões cotidianas, quanto em seus textos. Os tempos sempre se misturam, inclusive os verbais. Maria pensou em escrever seus textos sempre usando o tempo mais-que-perfeito, mas pretérito imperfeito, futuro do pretérito, presente do indicativo, está tudo misturado em suas narrativas. É o próprio retrato do inconsciente de Maria. As dificuldades em entender o tempo e o espaço sempre lhe foram conscientes, e, agora um pouco mais, servem-lhe de pista para entender o que guardou tanto tempo. Não quer reescrever mais nada. Não vai revisar nada. Os erros ficam, assim como ficaram na sua vida. O ser humano cria mecanismos de defesa, procura justificativas para suas atitudes e, na maioria das vezes, é complacente consigo mesmo. O tempo acaba mostrando o resultado de cada atitude tomada na vida. Maria está calada. Pensativa. Há muitos mundos desconhecidos para ela.

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