Maria é mulher, fala de vida, de experiência, de sentimentos, de sexo, de lições e apreendizado, um universo identificado por qualquer mulher (e até mesmo homem). Ela sou eu, a outra, todas elas, qualquer mulher, uma mulher qualquer. É a mãe, a dona de casa, a profissional, a prostituta, a religiosa, a vencedora, a fracassada, a lutadora, a cansada, a jovem, a velha, a sábia, a louca. Não é Maria por acaso.
quarta-feira, 10 de novembro de 2010
Reflexões sobre mim
Maria Madalena, desconheço o autor.
Hoje, lendo sobre o Ser Cósmico, vieram-me reflexões, não exatamente sobre o Ser, mas sobre o EU. Quem sou Eu, ou o que sou Eu. Tenho perguntas, mas não respostas. Há muito sei que não sou meu corpo. Seria Eu um Ser Humano? Isso me define? Coloca-me talvez em um grupo definido, vez que essa pode ser uma resposta para qualquer ser humano. O que me torna única? Que me faz Eu?
Penso... isso! Eu sou meu pensamento. Mas se respondo que sou meu pensamento, concluo que o pensamento ainda não sou Eu, tanto que digo meu pensamento, o pensamento exige um Eu para poder existir. É algo que se produz em mim.
Sinto! Eu digo, eu sinto! Serei então o meu sentimento? Também o sentimento precisa do Eu. A emoção é algo que acontece comigo ou em mim. Mas não sou Eu. Então sei que não sou meu pensamento e nem meu sentimento.
Percebo então que enveredo por questões profundas demais que não tenho bagagem suficiente para entender. Percebo. Serei Eu a minha percepção? Ainda não é uma resposta convincente. A percepção é algo que resulta da interação com aquilo que percebo.
Se não sou nem corpo, nem pensamento, nem sentimento, nem percepção, quem sou Eu afinal? Se não posso saber o que sou, não posso conhecer o que sou, só posso ser o que sou e concluir que essa é uma natureza que me transcende. Que faço hoje com meu existencialismo ateu?
Enquanto adepta de um existencialismo Sartreano, durante muitos anos, fiz questão de me sentir responsável por minhas escolhas. Nunca tive a quem culpar por nada do que me acontecia, fosse uma vitória ou um fracasso. Sempre me percebi na origem de tudo. Mas quem é o Eu que me percebia? Ou, o que é o Eu que me percebia? Existir é sentir, necessariamente, a angústia e o desespero. Existir não é ser, mas que sinto, neste momento angústia e desespero por não encontrar respostas, ah! isto eu sinto. E o que existe é finito, concreto, é algo... como o sentimento, como o pensamento, como o corpo, como a percepção. Se transcende eu fico travada. Parada no meio do caminho. Tenho medo do que há de vir, há de ser.
Parece que o ser humano vive melhor sem Deus. O Deus antropomórfico não me satisfaz, as religiões se apoderam de partes dele para manipular, aprisionar. Presa a uma essência volto a questionamentos que povoaram minha cabeça há mais de 20 anos. Em algum lugar deve estar o ponto. No centro do ponto.
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