sexta-feira, 22 de agosto de 2014

Travessia II

The lady of shalott, de J. W.  Waterhouse
Muitas vezes a convivência com Maria é insuportável, mas se atentar para o senso de justiça e perceber que ela não atropela princípios como se fosse algo natural, a viagem fica mais animada. É possível olhar a vida por ângulos virtuosos e até encontrar humildade necessária para aprender com os outros. Maria é solitária, mas aprendeu a focar nos talentos das pessoas e por isso não consegue mais ter o radicalismo daqueles que são, acima de tudo, individualistas. Pode até parecer paradoxal uma pessoa ser tão só e ter um pensamento coletivo. É a vida que providencia suas experiências.

No encontro com a dor, ela percebe que sua riqueza está na boa dose de bom humor. Encara as dificuldades com a certeza de que tudo passa. Não é apenas a força que impulsiona suas atitudes, mas é também a preparação que se impõe para o passo seguinte: entender a mudança. Nada permanece o mesmo depois que compreende que é a travessia que lhe traz felicidade, não o destino. Assim, todas as decepções, dúvidas, desânimo fazem parte da história que escreve.

Nenhum comentário:

Postar um comentário