sexta-feira, 3 de outubro de 2014

Ecos do Silêncio

Létoile perdue, de J.W. Bouguereau
Poucos imaginam minha luta para voltar à vida, para acreditar de novo na humanidade, na política. Poucos imaginam que passei meses sem que brotasse um sorriso espontâneo em meu rosto. Meses em que preferia ouvir “eu quero tchu” que deixar a alma se embebedar de sensibilidade na música das esferas. Poucos imaginam a dor que é perder a motivação e o desejo de escrever, quando isso parece ser a única coisa que se sabe fazer. Em meu lado sombrio habitava o desejo de reconhecimento, em conflito com meu lado luz, que achava isso uma bobagem muito grande. O melhor é que essa fase passou.

Feliz quem sabe dobrar os joelhos em oração e alçar dimensões superiores mesmo diante das dificuldades. Feliz quem consegue transformar a oração em canto de exaltação. Feliz daquele, cuja oração permite romper os muros da solidão, do medo, da fragmentação. Feliz o homem que compreende que não vai mudar o mundo, mas que poderá dar sua contribuição moldando a si próprio. Ninguém pode moldar o mundo à sua vontade, mas pode educar-se, disciplinar-se, gerar ações positivas. Este é o grande poder do indivíduo, enquanto apenas indivíduo. Trabalhar por um mundo melhor, implica trabalhar por um ser humano melhor, consciente, generoso, sem preconceitos e tolerante. 

Então, estou de volta à vida e à luta.

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