segunda-feira, 20 de outubro de 2014

Campanha política e relações de amizade

La Discussion Politique, de Emile Friant
As redes sociais dão a falsa impressão de que temos amigos. Eu, por exemplo, lotei o perfil, abri um segundo, e percebi que realmente eu continuava muito só e que amigos virtuais não eram amigos, conhecidos não são amigos e amigos são relações que construímos ao longo do tempo. Por outro lado, tive a oportunidade de conhecer algumas pessoas virtualmente que depois se transformaram em amigos queridos na vida real e outros, que mesmo desconhecidos, passaram a fazer parte de minha vida. Reencontrei amigos que o tempo e a distância fizeram questão de afastar.

Em tempo de campanha política acirrada, com o Estado e o Brasil dividido em dois, novas experiências e reflexões. Quem me acompanha pelo facebook sabe que em nenhum momento alisei ou tentei justificar os mensaleiros do PT. Quando todo mundo falava que ia terminar em pizza, bati firme que o julgamento iria até o final e mais, que eles seriam condenados. Durante o julgamento todo mundo dizia que no final eles seriam inocentados. Julgados e condenados, não apareceu ninguém para assumir que errou, que tirou conclusões precipitadas, que apenas queria tumultuar o processo. Teve um do Paraná que, não contente em escrever porcarias na caixa de comentários, usou o in box para me ofender me chamando de “velha” (ele era 3 anos mais velho que eu), “mapa do inferno”, “bixo feio do satanás” e outras que não tenho coragem de postar aqui.

Então pergunto: isso é algo para se conservar? Mesmo em nome da democracia e liberdade de expressão? Decidi bloquear e ponto final. Até porque liberdade de expressão é um conceito que poucas pessoas entendem. É um direito constitucional, mas tem restrições, obedece a limites, obedece a um ordenamento jurídico. O ser humano é livre para escolher, mas se escolhe errado está sujeito a penalidades. Um princípio básico da convivência social entre pessoas civilizadas.
Aqui procurei, inicialmente, mostrar as realizações do governo Dilma.  Há muita difamação, informações erradas  e uma sistemática dos jornais de grande circulação de não divulgarem os benefícios do governo dela. Ora, se alguém é livre para escolher, que tenha, pelo menos, a informação correta. Não faltaram “amigos” a me destratar por isso. Os que pensam de forma contrária continuam aqui, mas os que vinham escrever palavrões e ofensas pessoais estão merecidamente bloqueados.  Aos poucos fui trocando chumbo. Não poupei borrachadas. E foi até interessante. 

Nos debates entre os candidatos observei que a Dilma se sente constrangida ao ouvir as frases desrespeitosas do seu adversário. Nunca retribui na mesma moeda, mesmo quando ataca. Ela não tem a mesma habilidade oratória do hominho e passa a impressão que “perde” a discussão.  O que está por trás de tudo isso é a verdade. A verdade tem vida própria, resiste às contradições, bate forte nas pessoas, mesmo que em algumas produza efeito de rejeição. Estamos diante de dois candidatos com histórias pessoais diferentes, com propostas de modelo de governo diferente. Enquanto uma lutava contra a ditadura, outro era um playboy mimado alheio ao que se passava no país.  Um é neoliberalista, outro é social democrata. O resto é tudo igual.

Alternância de poder é importante no processo democrático,  mas o Brasil vem de 500 anos de governos que só pensaram no econômico, que não perceberam que o mercado interno é importante e que foi a partir desse entendimento que o Brasil chegou à 7ª. economia do mundo.  Da crise mundial aqui só chegou MESMO uma marolinha. Mais 4 anos à Dilma é até uma questão de justiça. É dar a ela a oportunidade de concluir obras importantes no desenvolvimento do país, em especial às regiões que nunca receberam atenção do governo federal – aqui se incluem Goiás, Tocantins, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, e não apenas o Norte e o Nordeste. 

A menos de uma semana das eleições, vou continuar mobilizada, mas desde já agradeço aqueles que de forma inteligente e polida contribuíram para o debate democrático em meu perfil. Gozo o privilégio de ter amigos leais, inteligentes, comprometidos, parceiros ou não, compartilhando os mesmos pensamentos ou de opiniões contrárias. Cresço com todos. 

2 comentários: