sexta-feira, 13 de setembro de 2013

À espera da Primavera


The Flower Girl, de Emile Vernon
Os dias tristonhos se findam. Esta quinta amanhece com céu azul, nuvens brancas, sol brilhante, vento frio e seco. Mais um dia para louvar e agradecer a vida, sem tentar entender o propósito dela, mas simplesmente, deixar-se esvaziar de pensamentos e contemplar a dádiva recebida. O olhar poético, as palavras soltas e a criatividade apenas fluem. Desvendar o grande mistério da vida começa de forma individual, passos lentos de uma caminhada que se faz de dentro para fora. Enquanto brindo à vida, o mundo que existe fora de mim segue seu curso normal, cheio de contradições, de dualidade, de um cotidiano de lutas que não permite a contemplação do que realmente importa: a beleza da criação no caminho de ida ao trabalho – em meio ao engarrafamento – , na revoada de periquitos e cantos de bem-te-vis, nos canteiros floridos que ficam entre as avenidas nervosas, minimizando o ronco dos carros, a buzina dos atrasados. Essa predisposição para ser feliz é interna.

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