quinta-feira, 3 de abril de 2014

Noite de outono

 Leonid Afremov
Chove
Entre estranhos sons
Sinto-me estrangeira
Distante de mim mesma
Na chuva
Um ponto de contato
O gotejar familiar
A sinfonia de milhares de gotas
Trovões.
Perco o sono
Um estranho renascer
Pingos num bailado brilhante
Vida
Movimento
Som
Reflexão
Uma trilha interna conhecida
A hostilidade contida.
Encho os pulmões de ar
Dói
Como um caramujo
Recolho-me à minha casca.

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