Uma
alvorada festiva despertou quem estava dormindo, com muita música e
fogos de artifícios, bandeiras coloridas, enfeitadas com fitas e
santinhos, enquanto, do lado de fora, os palhaços ao som do violão, do
pandeiro, do cavaquinho, recitavam versos. Os foliões pediram licença
para entrar e deram um ar de festa e solenidade. Os cantos têm aquele
falsete agudíssimo - chamados também de tala e contra-tala - , aquele lamento choroso que corta o sertão paulista, mineiro, goiano, mato-grossense
É assim a cada ano, o Alferes da Folia, chefe dos foliões, pode bater à
porta a qualquer momento, de manhãzinha, seguido dos palhaços do
Reisado e de seus instrumentos barulhentos. Uma tradição popular de
origem portuguesa, que sobrevive nas pequenas cidades e que, aos poucos,
invade também as grandes metrópoles. Esta festa comemora o nascimento
de Cristo e encerra as festividades de final de ano.
O enredo lembra
a viagem que os três reis magos - Baltazar, Belchior e Gaspar - fizeram
a Belém para encontrar o Menino Jesus. Os palhaços, vestidos a caráter e
cobertos por máscaras, representam os soldados do rei Herodes, em
Jerusalém e na Folia têm a função de animar a festa e espantar os maus
espíritos.
Ah que gostinho bom de romã, de saudade, de tradição, de renovação da fé...
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