Título
Histórias de Maria: contos e crônicas
Autor
Marley Costa Leite
Editora
Kelps, 2005
ISBN
8576920646, 9788576920649
Num. págs.
120 páginas
Maria é mulher, fala de vida, de experiência, de sentimentos, de sexo, de lições e apreendizado, um universo identificado por qualquer mulher (e até mesmo homem). Ela sou eu, a outra, todas elas, qualquer mulher, uma mulher qualquer. É a mãe, a dona de casa, a profissional, a prostituta, a religiosa, a vencedora, a fracassada, a lutadora, a cansada, a jovem, a velha, a sábia, a louca. Não é Maria por acaso.
sábado, 15 de dezembro de 2012
quarta-feira, 12 de dezembro de 2012
Ressuscita-me!
Só mesmo a Gal Costa para me tirar de casa em plena terça-feira para um show. Preocupei-me em preparar meu tio para não criar expectativas, afinal ele nunca perdeu um show da Gal enquanto morou no Rio. Shows ao vivo não é minha preferência quando pretendo ouvir música, mas estava ciente de que o importante ali seria ver a performance, a interação com o público. Sabia que teria aplausos e gritinhos fora de hora e pessoas cantando desafinadas. Fomos cedo, queríamos garantir lugar na frente e para nossa surpresa, tudo estava muito organizado, pessoas fizeram filas e não teve aquele negócio de um passar na frente do outro com a desculpa de que estava guardando lugar.
Abrem-se as cortinas. Ela de preto, sentada, o fundo do palco preto, e pouca iluminação. Meu Deus, pensei com meus botões, que coisa mais depressiva. Cadê a Gal , divina e maravilhosa? É ... ela, como toda nossa geração, envelheceu. A voz se tornou mais grossa, o que não a impediu de passear entre graves e agudos com a mesma desenvoltura. Mais gordinha, mas ainda usando sapatos de salto, não tão altos. Ainda a mesma ginga e sensualidade na expressão corporal e o charme ao movimentar os cabelos.
O impacto foi apenas nas três primeiras músicas, inéditas, o que acentua a dificuldade de apreciá-las em uma primeira audição. As letras eram belíssimas, mas tristes. Busco na memória e vejo que estou querendo me defender de alguma coisa. Ela sempre cantou músicas em vários ritmos. Tudo dói [...] os hipotálamos minguam [...] a lua não me rasga o peito [...] o álcool só me faz chorar/ convidam-me a mudar o mundo...
Finalmente, atenção! É preciso estar atento e forte/ não temos tempo de temer a morte. Pronto! Eu reencontrava a Gal que embalou meus sonhos adolescentes. Dali em diante pude festejar a vida com alegria e abertura para as canções inéditas.
Gal Costa arrasou com apenas três músicos no palco. Seguiram-se, de forma equilibrada, uma mescla de músicas novas e antigas, Folhetim, Mãe, Minha Voz, Dia de Domingo . Acredito que para o público que cantou junto com força foram vários os pontos altos, como ela cantando Dia de Domingo fazendo a parte dela e a do Tim Maia, uma homenagem carinhosa e sensível e que evidenciou o potencial que a consagrou como a voz mais bela do Brasil. Destaque também para a performance do guitarrista Pedro Baby, na música Baby.
Para mim, que ando com a sensibilidade á flor da pele, não foi possível segurar as lágrimas em Força Estranha e O Amor by Caetano Veloso [...]
Ressuscita-me ainda que mais não seja
Porque sou poeta
Ressuscita-me lutando contra as misérias do cotidiano
Ressuscita-me por isso
Ressuscita-me quero acabar de viver o que me cabe, minha vida.
Valeu a pena ter ido!
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